A semana passada, numa sessão com uma das minhas clientes, falávamos do impacto que a agressividade tem em nós. A forma como eu me sinto quando alguém reage (verbalmente) de forma agressiva comigo, me grita, me acusa, me insulta, ou me desrespeita.

Neste tipo de situação é muito normal que nos sintamos frustrados, tristes, zangados ou até revoltados porque, habitualmente, surge em nós uma grande sensação de injustiça. Afinal, por mais que tenhamos razão, regra geral, os conflitos e as opiniões divergentes conseguem resolver-se através de uma comunicação assertiva, certa? Ou pelo menos gostamos de pensar dessa forma.

Hoje venho partilhar convosco duas técnicas que tento utilizar sempre que me deparo com uma situação de conflito/agressividade:

1. Ter uma comunicação muito focada na resolução de problemas: o que podemos fazer para resolver esta situação? Depende de mim a resolução da mesma? Se sim, de que forma posso contribuir? Posso ceder de alguma forma de modo a ir ao encontro da necessidade do outro?
2. No caso de propormos uma solução, e essa ser, efetivamente, a única resposta/ajuda que podemos dar àquela pessoa (dentro do que depende de nós), utilizar a técnica do Disco Riscado: repetir e reforçar a minha solução, em vez de reagir ao ataque do outro, de forma a impedir que a discussão tome proporções desajustadas, e até a outra pessoa perceber que essa é e será a única resposta que lhe daremos.

Algumas ideias a reter em situações de agressividade verbal:

• Só porque esta pessoa está a reagir desta forma comigo, eu não tenho que “responder na mesma moeda”

• Eu posso e tenho a liberdade de, a qualquer momento, terminar a conversa e retirar-me para me acalmar e ponderar a minha resposta

• Nem sempre se trata de um ataque pessoal. A pessoa pode estar a ser agressiva comigo porque está chateado com algo que pode não estar diretamente relacionado comigo

• Eu posso transmitir a minha mensagem de forma assertiva, tentando ir ao encontro do outro, mas sem me esquecer de estabelecer os meus próprios limites.