O que os pais devem saber sobre as consultas de psicologia

É necessário que exista trabalho de equipa

O trabalho realizado pelo psicólogo e pela criança só será consistente o suficiente se contarmos com o apoio dos pais. A continuidade do trabalho em casa e na escola é o que dará solidez e força aos resultados que podemos alcançar através da psicoterapia infantil. É um trabalho de equipa em que cada um terá o seu papel e em que o envolvimento de todos é fundamental.

Brincar? Sim, brincamos e jogamos muito

É verdade, pais. Quando se trata das nossas crianças, a melhor forma de estabelecermos uma boa relação com elas, e de, assim, entrarmos no mundo delas, é através do “Brincar”.
É a partir da ludoterapia (terapia do Brincar) que eles se expressam, desenvolvem competências, vencem medos, aprendem a solucionar problemas e compreendem a importância das regras e limites.

A Psicologia não é um “prolongamento da escola”

As sessões de Psicologia não serão um contexto em que as crianças terminam os trabalhos de casa ou em que as chamamos à atenção por se terem portado mal na escola nesse dia. O nosso foco será ajudá-las a desenvolverem determinadas competências que, invariavelmente, serão utilizadas em contexto escolar (mas também em todos os restantes contextos). Nalgumas situações, poderá ser benéfico que haja um trabalho de parceria Psicólogo-Pais-Professor.

As crianças estarão perfeitamente bem sozinhas com o Psicólogo

Muitos pais ficam preocupados com o facto dos seus filhos terem as sessões sozinhos com o Psicólogo.
“Ele não se vai sentir à vontade” ou “Ele não lhe vai contar as coisas como eu” são algumas das preocupações que mais surgem.
Pense que o psicólogo que está com o seu filho tem uma formação específica que o permitirá conhecer e estabelecer uma relação de confiança com a criança. E claro que os pais serão sempre incluídos no processo das mais variadas formas (não significa que tenham que ter uma presença ativa em todas as sessões).

Tal como nas consultas com adultos, o sigilo é essencial

Claro que tem um “peso e medida” diferentes, uma vez que trabalhamos em parceria com os pais, mas continua a ser fundamental, no sentido em que será este respeito pela criança que levará à construção de uma relação terapêutica segura, num espaço que acolhe. Ou seja, o psicólogo não estará constantemente a dizer aos pais o que foi feito na sessão, o que a criança comunicou, etc. Mediante as dúvidas dos pais e, acima de tudo, as necessidades das crianças, existirá uma comunicação e um feedback ajustados à situação.

Ninguém vai pensar que são maus pais

Alguns pais surgem com receio de que haja um julgamento por parte do psicólogo, e de que possam ser considerados maus pais. O psicólogo não vos recebe para vos “apontar o dedo”. Recebe-vos para vos conhecer, para saber mais sobre a vossa dinâmica familiar e, nesse seguimento traçarem, em conjunto, objetivos que procurem solucionar as problemáticas que vos preocupam. Os pais irão funcionar sempre como um fundamental recurso de apoio à melhoria dos seus filhos.

Lista de supermercado

Existe alguma tendência dos pais, (no papel de quem ama muito e de que, na realidade, só quer ver os filhos bem e felizes) de fazerem quase uma “Lista de supermercado” de comportamentos/características que querem ver mudados nos filhos. (In)Felizmente não funciona assim! Vamos, como mencionado anteriormente, traçar um conjunto de objetivos, mas estes passaram mais por um desenvolvimento de competências ou uma alteração de estratégias usadas para determinado fim. E estas mudanças passarão pela criança, mas também, e praticamente sempre, pelos próprios pais ou até irmãos.

Não pode ser só de vez em quando

Tal como acontece no acompanhamento psicológico com adultos, a periodicidade do acompanhamento é fundamental para o sucesso da mesma. Trazer a criança à sessão porque “ela ontem portou-se mal na escola” ou porque “vai ter teste amanhã e precisa de estar mais concentrada” não vai trazer os resultados pretendidos. O psicólogo não tem o poder de carregar no “Reset” do seu filho para amanhã ele acordar como novo! É essencial que haja uma continuidade para que, posteriormente, haja solidez e consolidação nos comportamentos que a criança poderá adotar. Por outro lado, se não houver uma periodicidade definida e que faça sentido, será muito mais difícil estabelecer uma relação terapêutica de confiança entre o psicólogo e a criança.

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